Lembro da primeira vez que tentei criar uma lista de palavras do dia para minha turma de inglês. As ideias até vinham, mas depois de um mês, tudo parecia meio repetido — e, talvez, um pouco desanimador até para mim. Só que depois que comecei a olhar para a inteligência artificial como uma parceira legítima nesse processo, tudo mudou. Os estudantes passaram a perguntar, curiosos: “Prof, qual é a palavra surpresa de hoje?”
A proposta de hoje é mostrar caminhos reais, sem mistério, para você aprender a criar listas de palavras e expressões do dia com apoio da inteligência artificial. Ferramentas como o ChatGPT não vieram substituir, mas sim, colocar nas mãos do professor algo poderoso, atual e, até certo ponto, divertido. E sim, com menos tempo de preparação e muito mais engajamento.
Ferramentas digitais certas transformam o dia a dia do professor.
Por que listas diárias de palavras ainda fazem sentido
Você já percebeu? Palavras são como chaves. Uma simples expressão pode abrir portas para discussões, redações e até superar bloqueios na comunicação. Quando essa rotina se torna previsível, alunos perdem o interesse rapidinho. Porém, ao adaptar esse recurso — trazendo palavras do cotidiano deles, memes atuais, gírias que realmente usam ou temas que surgem na sala — algo acontece. O interesse renasce.
De fato, segundo Anderson et al. (2014), sistemas recomendados por IA podem aumentar a motivação e tornar tudo mais envolvente, pois se ajustam ao perfil da turma, fugindo daquele arroz com feijão repetitivo (saiba mais aqui).
Como a IA está mudando esse jogo
No passado, para montar uma lista diária criativa, muitos professores se veem presos a livros, planilhas antigas ou listas prontas da internet. A inteligência artificial entrou para subverter esse ciclo: agora é possível gerar, em minutos, listas segmentadas, atualizadas e — o melhor — personalizadas para cada turma.
- A IA sugere palavras baseadas em interesses reais dos alunos
- Consegue cruzar temas da atualidade com os conteúdos obrigatórios
- Pode variar o nível de dificuldade conforme avanço do grupo
- Ainda deixa espaço para adaptar as sugestões ao contexto escolar
A startup Geekie faz algo parecido: sua IA personaliza conteúdos e propõe atividades sob medida para cada estudante, provocando um salto de até 30% no aprendizado se comparado aos métodos tradicionais (leia sobre o caso Geekie aqui).
Benefícios práticos de criar listas de palavras com IA
Será mesmo diferente? Sim — e não é exagero. Veja só:
- Economia de tempo: a IA faz o trabalho pesado, você só ajusta os detalhes.
- Atualizações constantes: todo dia, uma proposta nova, baseada em fatos atuais, memes ou séries que os alunos realmente conhecem.
- Flexibilidade: pode selecionar temas por área, evento escolar ou necessidades de aprendizagem.
- Maior engajamento: estudantes participam, opinam e até sugerem palavras para o sistema analisar depois.
- Inclusão: listas adaptáveis a alunos com diferentes níveis, com termos mais fáceis para iniciantes e desafiadores para quem precisa mais estímulo.
E não é só na sala de aula. Ferramentas de IA também impactam o marketing digital, a criação de campanhas e a produção de conteúdo em outros setores. Muitas empresas já utilizam máquinas para sugerir hashtags, palavras-chave e até posts inteiros. A base é a mesma: entregar variedade, criatividade e adequação sem perder tempo.
Passo a passo para criar suas listas de palavras com IA
Não existe fórmula mágica, mas alguns caminhos funcionam melhor, especialmente quando o tempo é curto.
1. Defina o objetivo da sua lista diária
- Quer estimular leitura?
- Focar em expressões orais?
- Relacionar com temas atuais?
- Ou reforçar vocabulário dos livros didáticos?
A clareza sobre a utilidade da lista ajuda a escolher melhor o formato, a quantidade de palavras e as atividades de acompanhamento. Isso vale tanto para quem ensina português quanto para quem trabalha com inglês.
O segredo está em adaptar ao contexto da sua turma.
2. Escolha a ferramenta certa
No ATOMUS VIRTUAL, sempre citamos plataformas acessíveis. Algumas sugestões:
- ChatGPT: gera listas, exemplos de frases e contextualizações em segundos
- Planilhas do Google com scripts: automatizam o preenchimento diário, extraindo dados de outros sites ou bancos de palavras
- Ferramentas especializadas em educação (como o próprio Geekie One): sugerem palavras a partir do perfil dos alunos, se você tiver acesso
Para muitos professores, começar pelo ChatGPT já resolve 90% dos problemas.
3. Prepare o prompt adequado
O sucesso está justamente em perguntar do jeito certo. Alguns exemplos, já pensando em quem está começando:
- “Liste 7 palavras do cotidiano adolescente em português, com significado simples e exemplos de frases.”
- “Me dê 5 expressões idiomáticas em inglês usadas em filmes recentes, explique cada uma e sugira uma atividade para praticar na escola.”
- “Quais palavras novas de gíria surgiram nas redes sociais esta semana? Explique.”
- “Liste 10 palavras-chave para o Ensino Fundamental, relacionadas ao tema saúde e bem-estar, com exemplos de uso em frases.”
Essas perguntas são o que chamamos de prompt: o comando básico que você oferece para a Inteligência Artificial.
“Um prompt relevante faz toda diferença.”
4. Personalize o retorno
Não tome tudo ao pé da letra. Ajuste a lista recebida:
- Exclua termos inadequados para faixa etária ou contexto escolar
- Modifique exemplos para incluir situações próximas da realidade dos alunos
- Adicione desafios, como “use esta palavra em uma frase engraçada”
- Deixe espaço para sugestões da turma no dia seguinte
Aí está o tal do equilíbrio: automação, sim; toque humano, também. Se sente estranho modificar o que a máquina deu, lembre-se das palavras de Kolling da Rocha: modelos treinados especialmente para o contexto educacional resolvem problemas dos sistemas genéricos e promovem avaliação contínua — ou seja, a personalização é parte do processo (leia o artigo completo).
5. Envolva os alunos
Dificilmente uma lista viraliza na sala se for um monólogo. Uma boa ideia é:
- Pedir para um aluno selecionar a palavra favorita do dia (“disputas” entre as preferidas sempre dão assunto para conversar)
- Criar desafios de uso: “quem conseguir empregar três palavras desta semana na redação ganha um elogio público”
- Sugerir que tragam exemplos reais de uso, seja de memes ou de músicas
De vez em quando, dá para pedir até ajuda para criar o próximo prompt, tornando-os co-criadores da experiência.
Integrando IA e rotina escolar
Já é possível sentir diferença? Alguns relatos de quem já está usando IA para listas diárias mostram:
- Mais participação nas atividades orais
- Alunos pedindo para adicionar palavras que viram nas redes sociais
- Reduções em erros de ortografia e interpretação
- Aumento do interesse por temas atuais (quando bem escolhidos pelo professor, com ou sem IA)
Interessante como a análise de dados oferecida por IA permite mapear quais termos dão mais resultado, identificar padrões de envolvimento — e até antever dificuldades, como mostrado por Baker e Inventado (2014) (entenda como funciona a detecção precoce).
No ATOMUS VIRTUAL, notamos que o segredo está em “pensar junto”: não largar tudo na mão da máquina, mas aproveitar a análise automatizada para refinar suas próprias escolhas. Se uma palavra pouco empolgou a turma, adapte. Se uma expressão gerou discussão, explore!
Passos para medir resultados das listas com IA
Todo professor sente quando a turma está “comprando” a ideia. Mas, se quiser monitorar de verdade, siga alguns caminhos:
- Atividades rápidas: mini quizzes digitais ou em papel, ao fim de cada semana, para repetir as palavras trabalhadas.
- Contagem de uso criativo: peça para os alunos anotarem quantas vezes conseguiram incorporar as palavras ensinadas nas conversas do dia.
- Feedback coletivo: abra espaço para sugestões, críticas ou indicações de novas palavras.
- Registre avanços: com anotações suas, ou usando planilhas, para comparar a participação e o desempenho.
A análise, inclusive, pode ser feita por IA: há sistemas que interpretam respostas abertas dos alunos, identificam padrões e dão insights para as próximas listas, como cita a Sponte (confira mais exemplos).
Monitorar faz a aula evoluir de verdade.
Cuidados e limitações na automação
Parece que a jornada da IA é só vitória, mas não é bem assim. O exagero na automação pode deixar o processo frio. Se tudo vira simplesmente tarefa de máquina, o aluno pode se sentir um espectador do próprio aprendizado.
- Evite listas longas demais, sem adaptação ao perfil real da sua turma
- Opte por exemplos próximos do cotidiano, nunca frases genéricas ou desconectadas da realidade local
- Esteja atento a termos inadequados ou polêmicos que, por vezes, escapam da IA
Equilibrar humano e máquina não é perfeito. Muitas vezes, ainda precisamos ajustar, experimentar, refazer. Talvez a primeira semana saia morna, mas na segunda engata. Ou não. É incerto. Mas, com acompanhamento, o resultado aparece.
Dicas para expandir o engajamento usando IA
Aqui estão alguns atalhos que deram certo em salas observadas pelo projeto ATOMUS VIRTUAL:
- Associe as palavras a temas de interesse: use eventos, datas comemorativas, memes em alta ou até notícias da escola para propor palavras-chave.
- Crie minijogos: caças a palavras digitais, bingos temáticos ou desafios rápidos no WhatsApp (quando permitido).
- Deixe espaço para surpresas: traga expressões pouco conhecidas, dando a sensação de novidade todo dia.
- Peça ajuda à IA para criar enunciados de desafios: “Crie três perguntas usando as palavras desta semana.”
- Aproveite outras disciplinas: convide professores de ciências, geografia, história ou matemática para sugerirem termos para a lista — interdisciplinaridade engaja muito.
Nenhum caminho é definitivo, mas quanto mais interação direta — e menos robotização for percebida pelos alunos —, maior o resultado.
IA, criatividade e o lado humano: lições para além da sala
O uso de inteligência artificial para criar listas diárias de palavras não é só avanço técnico. É uma mudança de paradigma: a sala passa a ser um laboratório de experimentação, troca viva entre algoritmos e pessoas.
Mesmo em empresas, coletivos criativos, marketing ou publicidade, a lógica é similar: gerar conteúdo adaptado para públicos cada vez mais segmentados. Ferramentas digitais são ótimas para sugerir caminhos, entregar dados. Mas nada substitui a sensibilidade humana para conectar, motivar e ajustar ideias.
Inclusive, a monitoria de métricas — como engajamento dos alunos com determinada palavra, buscas sobre o tema e análises rápidas nas redes escolares — ajuda a direcionar as próximas listas e estratégias. Quem trabalha com conteúdo online faz o mesmo: interpretar o retorno do público, ajustar, reinventar. Intenção de busca e métricas claras fazem diferença, inclusive no SEO educacional.
Experimentar para aprender: reflexões finais
Criar listas diárias de palavras e expressões do dia com IA não é moda passageira. É um convite para o professor experimentar novos papéis: o de curador, editor, animador e, de certo modo, até de influencer linguístico na sua escola.
Se, em algum momento, o medo de perder o controle falar mais alto, lembre-se: máquinas dão dicas, mas só o professor conhece a alma da turma. Vale misturar sugestões automáticas com aquela pitada de intuição — seja ao escolher uma palavra polêmica, propor uma discussão de memes, ou desafiar os alunos a criarem pequenas histórias.
No projeto ATOMUS VIRTUAL, defendemos que IA e criatividade humana são inseparáveis. Erros vão aparecer, acertos também. O ganho é coletivo. Mudar a rotina da escola, engajar turmas e tornar o aprendizado mais leve — tudo isso está ao alcance.
“Ferramentas mudam. O essencial são as conexões.”
Experimente uma nova abordagem já na próxima semana. Teste, anote, adapte. Aliás, que tal acessar mais conteúdos práticos e descobrir como a IA pode ser sua aliada no ensino? Siga acompanhando o ATOMUS VIRTUAL, compartilhe experiências com colegas e, se quiser, deixe sugestões do que você gostaria de ver automatizado. Sua turma agradece — e seu tempo, também.
Perguntas frequentes
O que são listas diárias de palavras com IA?
São seleções de palavras, expressões ou gírias feitas com o apoio de inteligência artificial, pensadas para serem aplicadas um a cada dia, de modo a ampliar o vocabulário dos alunos e conectar o aprendizado à realidade deles. Essas listas podem ser personalizadas conforme idade, tema da aula ou interesse do grupo, e ajudam a tornar as aulas menos rígidas e mais conectadas com o cotidiano.
Como criar listas de palavras com inteligência artificial?
Basta utilizar ferramentas como o ChatGPT ou plataformas educacionais que contem com módulos de geração de listas. Você indica um tema, o grau de dificuldade, talvez o perfil da turma e a IA retorna sugestões. Ajuste conforme necessário, retirando ou adaptando termos, e apresente aos alunos. O projeto ATOMUS VIRTUAL apresenta tutoriais simples para quem nunca usou essas soluções.
Quais são os benefícios para a turma?
A turma aprende com mais entusiasmo, pois sente que o conteúdo faz parte do seu mundo. Também ocorre um ganho real de vocabulário, melhora na oralidade e motivação para leitura ou produção textual. Relatórios mostram que o uso da IA proporciona adaptação rápida às necessidades dos alunos, além de permitir intervenções antecipadas diante de dificuldades, como apontado por Baker e Inventado (2014).
Qual a melhor IA para criar essas listas?
O ChatGPT é a escolha óbvia para quem precisa de rapidez, fácil acesso e personalização, funcionando tanto para português quanto para inglês. Outras plataformas educativas, como Geekie ou ferramentas de planilhas com scripts automatizados, também são recomendadas, desde que sirvam ao seu propósito escolar e sejam simples de utilizar.
Como usar listas para engajar alunos?
O segredo está em envolver os alunos no processo. Permita que eles sugeram palavras, criem frases, proponham desafios. Associe as listas a temas da atualidade, utilize jogos, minicompetições e peça feedback. Misture o uso da tecnologia com intervenções humanas: só assim o engajamento passa a ser natural e espontâneo, não algo forçado.
Irineu Fernandes é especialista em Inteligência Artificial aplicada à educação, engenheiro de prompts e criador de soluções digitais voltadas para professores da rede pública. Com ampla experiência em construção de websites, automações e estratégias educacionais baseadas em IA, Irineu acumula diversos cursos e certificações na área de tecnologia e inovação. É o autor do blog AtomusVirtual.com, onde compartilha ferramentas, tutoriais e conteúdos práticos para educadores que desejam usar a IA para transformar o ensino — mesmo com poucos recursos.